quarta-feira, 20 de julho de 2011

O que é lupus ?


Há algum tempo, Lady Gaga anunciou que tinha lúpus. Com certeza, muita gente se perguntou: o que é isso? Vamos explicar aqui de uma forma bem geral;

Essa doença, relativamente comum, mas um tanto desconhecida para quem não é da área de saúde, tem origem auto-imune e se caracteriza pela variedade de sinais e sintomas.

O QUE É DOENÇA AUTO-IMUNE? É quando ocorre um desequilíbrio do sistema imunológico (que proteje nosso organismo) e os anticorpos (que geralmente atacam microorganismos e células estranhas) passam a atacar o próprio organismo – tudo isso sem uma causa definida.

O QUE É O LÚPUS? O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica e que acomete vários órgãos ou sistemas. Ela apresenta diversos sinais e sintomas, com fases de piora e melhora. Embora a doença tenha um grande predomínio em mulheres em idade fértil, o LES pode acontecer em indivíduos de ambos os sexos e de diversas faixas etárias.

O que causa o LES? Embora o LES não seja causado diretamente por nenhuma ação externa ou interna sobre o organismo, existem alguns fatores envolvidos no seu aparecimento: genética, infecção por alguns vírus, algumas drogas (procainamida, hidralazina, hidrazida etc.), radiação ultravioleta e fatores hormonais (aumento da relação estrógeno/andrógeno), etc.

Qual a faixa etária e o sexo que mais manifsta a doença? O LES acontece em indivíduos de ambos os sexos e de qualquer raça ou cor, mas sua prevalência é 3 a 4 vezes maior em mulheres negras que brancas. Quanto ao sexo, o LES é mais prevalente na mulher, acometendo 10 a 12 mulheres para cada homem. O predomínio no sexo feminino ocorre em todas as faixas etárias, mas é menos marcante nas crianças e nos idosos. Estima-se uma média de idade de 28 anos para o aparecimento dos primeiros sintomas. Parece que o LES tem início mais precoce em pacientes de cor não branca.

Por que o LES incide preferencialmente em mulheres? As doenças auto-imunes, em geral, ocorrem mais mulheres do que homens. Alguns estudos mostram algumas evidências da participação do hormônio estrógeno nessa preferência.

Quais as manifestações clínicas mais freqüentes do LES? O LES é uma doença crônica (ou seja, não há cura), que alterna períodos de atividade e períodos em que os pacientes ficam sem sintomáticos ou pouco sintomáticos. O comprometimento de diversos órgãos ou sistemas pode ocorrer de forma simultânea ou seqüencial.

Os comprometimentos mais freqüentes são:

Pele (mais comum em braços e couro cabeludo): placas avermelhadas, em
relevo; cicatrizes atróficas (“fundas”); eritema malar (“borboleta” escura nas maçãs do rosto); fotossensibilidade; ulcera de mucosa oral ou nasal.
Articulações: dor; inchaço; vermelhidão.
Serosas: pericardite ou pleurite (acúmulo de líquido nas membranas que
envolvem o coração e o pulmão, respectivamente);
Sangue: anemia; leucopenia; linfopenia; plaquetopenia.
Alterações na urina
Distúrbios psiquiátricos: psicose; convulsão (sem outra causa comprovada).
As queixas gerais como fraqueza, mal-estar, fadiga, perda de peso e/ou febre também são freqüentemente observadas na fase ativa da doença.

Como se faz o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES)? Por apresentar sintomas inespecíficos, e que podem aparecer em uma infinidade de outras doenças, o diagnóstico é complexo. Geralmente, suspeita-se quando ocorrem as lesões na pele típicas ou com queixas gerais, sem causa aparente. Ou, ainda, quando o paciente apresenta problemas relacionados a vários órgãos e sistemas simultaneamente.

Quais exames ajudam a diagnosticar o LES? Consegue-se fazer a maioria dos exames necessários com uma coleta de sangue completa e um exame de urina para avaliar aspectos que variam com a fase da doença

Qual o tratamento para o LES? Como há muitos órgãos envolvidos, o tratamento também é variado, direcionando-se para cada área afetada. De um modo geral, deve-se orientar o paciente sobre a doença e sua evolução. O tratamento adequado, na grande maioria dos casos, permite uma vida longa, produtiva e com boa qualidade.

Por se tratar de uma doença auto-imune, o LES é basicamente programado geneticamente e, por isso, há pouco que podemos fazer para nos prevenir. Em todo caso, vale evitar a exposição aos fatores desencadeantes.

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